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Levantamento de dados primários - o meu, o seu e o nosso tutorial

  • Foto do escritor: Oliveira
    Oliveira
  • 11 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

Com o advento e popularização da internet, principalmente após o “bum” do youtube ficou cada vez mais fácil utilizar os mais diversos programas e executar procedimentos de campo sem a necessidade de se fazer um curso ou ter que ler os extensos manuais técnicos de campo ou de softwares. Mas afinal de contas até que ponto isso é benéfico para a população de forma geral e qual o impacto para os profissionais existentes no mercado?


Mapas coloridos e com cores que agradam aos olhos de quem solicita nem sempre possuem a informação desejada.

Diria, por experiência, que a “pilotagem” de software e a “execução automática” de procedimentos de campo é um perigo muito maior do que se pode imaginar. Se jogarmos essa realidade para a geração de produtos cartográficos e levantamento de dados primários para estudos ambientais e/ou de obras de infraestrutura o problema é ainda maior. Mapas coloridos e com cores que agradam aos olhos de quem solicita nem sempre possuem a informação desejada. O mesmo se aplica para enormes tabelas com diversos dados levantados em campo, mas sem o devido entendimento. Diria que o processo é similar ao de dirigir um automóvel: uma coisa é saber dar seta, qual alavanca pressionar, a outra é o porquê de se estar realizando tal operação.


Os tutoriais hoje existentes na vasta rede mundial de computadores ensinam, e muito bem por sinal, a EXECUTAR o procedimento.

Eu diria que o problema se dá devido a banalização da utilização das geotecnologias, quando o assunto são dados geoespaciais, e se tratado de levantamentos de campo o que se observa é o hábito errôneo de se decorar procedimentos sem a devida preocupação com a finalidade da informação gerada. É importante deixa claro que não sou contra a popularização das geotecnologias, mas acredito que essa jornada deve ser munida de conhecimento sobre o que se está fazendo, qual a finalidade? Os tutoriais hoje existentes na vasta rede mundial de computadores ensinam, e muito bem por sinal, a EXECUTAR o procedimento. Porém, tão importante quanto executar é entender o que se passa entre um clique e outro, da importância de se abrir um buraco para um teste de percolação de água no solo na área A e não na B, do impacto de se medir uma vazão no trecho 1 e não no trecho 2 de um determinado canal fluvial. Não sou contra os tutoriais, já utilizei e ainda utilizo vários, mas sou extremamente crítico aos pilotos de softwares e decoradores de tutoriais. Sim, aquelas pessoas que apenas apertam botões e executam procedimentos definidos em tutoriais, sem a preocupação de se questionar se o mesmo se aplica a sua área de estudo.

Lembre-se que a informação gerada, em muitos casos, é utilizada para tomada de decisão, e você, indiretamente ou diretamente, pode ser responsável por uma decisão equivocada que foi tomada com base em uma pseudo informação.

Não seja um piloto de software, uma pessoa que apenas decora tutoriais, que apenas aperta botões e que executa procedimentos de um manual, procure se qualificar e entender o que esta fazendo e se esforce para que seja bom no que você se propôs a fazer.

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